"Com essas ações, eu tenho certeza de que o índice de letalidade da febre hemorrágica da dengue (um dos tipos que causa mais mortes) cairia de 8% para até menos de 2%", diz o médico Artur Timerman, mestre em Infectologia pela Universidade de São Paulo (USP) e coordenador do Painel de Atualização sobre Dengue, um consenso produzido por especialistas para abordar os diversos aspectos da doença.
Para ele, é incompreensível que as pessoas morram em razão de não poder contar com um atendimento básico e elementar. Hoje, afirmou, os hospitais públicos não têm condições de internar os pacientes para receber hidratação. "É um atestado da incapacidade do nosso sistema de saúde.
" De acordo com ele, citando a Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), as estimativas mostram que, a cada ano, são gastos no mundo US$ 8,5 bilhões com os malefícios decorrentes da dengue - além da saturação dos serviços de saúde, há o custo produtivo, por exemplo, já que a pessoa fica impossibilitada de trabalhar durante o período em que está enferma. "Seria bem melhor aplicar esse dinheiro para ajudar a controlar a doença (...) São esperados muitos casos para o próximo ano."
Timerman afirmou que é preciso aprender a conviver com a dengue, já que "ela veio para ficar". Segundo ele, o modelo de crescimento econômico e a expansão desordenada dos centros urbanos, além do aquecimento global, contribuem para que o mosquito, usando as palavras do especialista, se "sinta em casa".
O médico defende as campanhas públicas, embora não as considere a arma mais importante contra a dengue. "Além da orientação, é preciso ter uma vigilância ativa" - pessoas especializadas que transmitam informações sobre a doença tanto para a população quanto para os profissionais da área da saúde.
Questionado sobre a possibilidade de o Brasil testar daqui a cinco anos a primeira vacina no mundo contra a dengue, Timerman afirmou que ouve essa conversa todos os anos. "Espero que dessa vez seja verdade." Fonte: Ministério da Saúde.
HOJE (11) A EQUIPE DE COMBATE A DENGUE REALIZA MULTIRÃO NO BAIRRO: JOSÉ MENDES DE QUEIROZ.
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